sábado, 1 de outubro de 2011

Ação

Fisgar do muro teus perfumes,
e consolar-me de outros ares.
Odiar o amor inacabado,
e ostentar das estrelas as mesmas noções de sempre.

Romper o laço,
a soma abstrata de nós.
Acabar-me de outra maneira,
já que tens medo de que eu vá cedo demais.

Tapar-nos as feridas,
o vulto inconsolável de outrora.

Reagir à distância,
como uma faca que corta os feixes do sol,
em belas tardes silentes - a saudade perdura.
E dormir na tranquilidade que não chega.

Do amor dou-te um sincrônico verso,
aquela poesia demorada.
E se amanhã eu desistir de ti, minha fina letra,
não terá sido culpa minha.

Um comentário:

  1. "Do amor dou-te um sincrônico verso,
    aquela poesia demorada.
    E se amanhã eu desistir de ti, minha fina letra,
    não terá sido culpa minha."
    Fiquei sem folego nesse trecho...

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