quinta-feira, 26 de julho de 2012

Não! Não sou escritor, nem muito menos ser convicto de paz! Sou nervos precisos e abundantes rumo à estadia de caos, a minha, a sua. Talho verde rompendo as esporas precisas do ar. Se ficar, pereço, se entornar a passagem para ir, estagno. É tudo fio de seda permeado de combinações, espaço abrupto entre um palavrear e outro. É tudo sonho, bem-me-quer, malmequer, solidão extasiada de vida através da janela embaçada com letras maiores. É tudo meu, absolutamente seu, uma vez que a proeza do estar e ser no mundo não a de me rondar certamente só. É tudo vívida estadia de bagunça incansável de almas, rabisco lancinante ora estreito, ora alongado. É tudo um permear de fundas pronúncias rompidas com um vômito: (in)definidos borrões presos no incansável talhar do ser. Impor as letras nada mais é que um pânico, espasmo singelo entre a dissonância de revelá-las e a sensação de possui-las.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Lápis de ceras desenham espaços
e riscam sonhos em cada palma,
pautam sorrisos em cada cura
e afinam em partituras harmônicas coloridas.

Lápis de sedas desenham tempos
e riscam abraços com cheiros de flores,
que desaguam à fresta da vida,
mas perduram em eternidade concisa.

Lápis de prismas desenham curvas
e riscam refretores exatos de lúmens,
apagam os mesmos
e entre feixes reclusos movem-se como novamente.

Marina saiu com a bolsa molhada e os óculos pingando, embaçando a cada passo corrido. Poça de água, um salto, um amedrontamento taciturno e curto rua abaixo. Qualquer receio de amanhã. Marina saiu, compôs um canto no canto da sala, e saiu. Chuva na esquina, pingos pintados nos cabelos coloridos. A bolsa molhada, os óculos, o céu ecoando frente ao amanhã. Marina complementava: - Senhor, afasta de mim esta mágoa.

Pelos Arredores

Rasgo de seda,
fulguras de mel,
lábios de ânsia em pura efervescência
descoloridos entre paredes noturnas.
Vívida incerteza de que se brandaria à volúpia,
ao avesso se sobrepôs os corpos 
e da boca em pele branca clamores
em fogo sonoros surgiram.

Rasgo de seda,
fulguras de mel,
macia película encoberta do teu ser,
a pele,
que revestida de caos transpirava perdida
entre a noite e o pêndulo do dia. 
Lânguida face premeditando entre linhas no espaço,
a brandura de um busto nu .