sexta-feira, 30 de março de 2012

Canção

Eu não saberia te contar,
sobre essas voltas
que a vida dá,
como um fino traço,
um estrago,
outra historia tecendo o vão momento.
Um conter de mágoas, 
um olho que foge,
outro que perdura.
Uma razão posta à mente,
um retrocesso,
contorção do ser a ver navios.



terça-feira, 20 de março de 2012

De ti para mim.

Quando na fresta de luz a aparência declara,
teus mil versos soltos arrepiam e intercalam os poros.
Sei que na roda do mundo um vazio se instaura,
mas sei também que as canções nunca se acabam.
São pontas de sonhos postas sobre as cabeças,
com um olho solto em cada canto.
Talvez eu nunca esteja lá,
muito menos tu,
Quem sabe nós,
produto abstrato de nós,
como memórias convulsivas em cada estalar de passos.


À parede à luz, o som,
a boca e as pernas,
fonte inapropriada de se ver,
quando a fortaleza da magia se consterna.
E pede auxílio ao que não há,
na turva selva de esperança que gorjeia
a cada dia um novo caos,
um novo poema.