terça-feira, 20 de março de 2012

De ti para mim.

Quando na fresta de luz a aparência declara,
teus mil versos soltos arrepiam e intercalam os poros.
Sei que na roda do mundo um vazio se instaura,
mas sei também que as canções nunca se acabam.
São pontas de sonhos postas sobre as cabeças,
com um olho solto em cada canto.
Talvez eu nunca esteja lá,
muito menos tu,
Quem sabe nós,
produto abstrato de nós,
como memórias convulsivas em cada estalar de passos.


À parede à luz, o som,
a boca e as pernas,
fonte inapropriada de se ver,
quando a fortaleza da magia se consterna.
E pede auxílio ao que não há,
na turva selva de esperança que gorjeia
a cada dia um novo caos,
um novo poema.

2 comentários:

  1. Adorei esse texto! Me lembrou muito um grande amigo meu... Fiquei até emocionadinha hehe *-*

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  2. Caí no que posso chamar de livre interpretação, e vi ante de mim a figura da inspiração, aquela que vai entrando pelas frestas das portas, pelos livros abertos... aquilo que completa quem escreve. Lindo texto.

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