quinta-feira, 9 de junho de 2011

Sinal Fechado

- Olá! Como vai?- Eu vou indo. E você, tudo bem?
- Tudo bem! Eu vou indo, correndo pegar meu lugar no futuro... E
você?
- Tudo bem! Eu vou indo, em busca de um sono tranqüilo...
Quem sabe?
- Quanto tempo!
- Pois é, quanto tempo!
- Me perdoe a pressa - é a alma dos nossos negócios!
- Qual, não tem de quê! Eu também só ando a cem!
- Quando é que você telefona? Precisamos nos ver por aí!
- Pra semana, prometo, talvez nos vejamos...Quem sabe?
- Quanto tempo!
- Pois é...quanto tempo!
- Tanta coisa que eu tinha a dizer, mas eu sumi na poeira das
ruas...
- Eu também tenho algo a dizer, mas me foge à lembrança!
- Por favor, telefone - Eu preciso beber alguma coisa,
rapidamente...
- Pra semana...
- O sinal...
- Eu procuro você...
- Vai abrir, vai abrir...
- Eu prometo, não esqueço, não esqueço...
- Por favor, não esqueça, não esqueça...
- Adeus!
- Adeus!
- Adeus!

(Paulinho da viola - Sinal Fechado)

Ele sai antes das cinco, não vejo mais seu rosto rodeado pelo sol, minha mãe amanhece comigo, meu irmão dorme contando histórias. Dorme de cansaço, pela metade deixa a conversa.
Faz tempo que não lhe vejo, esqueci da sua face? Nem sei como estão os olhos deles, nem sei quando a tristeza os amedrontaram. Não sei como vão. Não sei mais para onde vou. A saudade é meu abrigo, pior inimiga dentre o tempo que acelera.

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