quinta-feira, 9 de junho de 2011

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A pele esquentada, a voz, um rock vagabundo e a chuva. A dose de demasia medida, a face golpeando no ar a luz amarela, desbotada. O céu cantando, feitoria dos anjos. Sem cobiça na dança, sem cobiça de aspirar. Sem fome. Os dedos varrendo as letras, o vento os sentidos. A vida que curte comigo é a mesma que desanda os pés, é a mesma que provém o resto. É ela que passa, no decorrer do tempo, como sendo sempre a mesma. O tempo não. Escarro, falo, mancho na tela, pinto de verde os lados e de azul o fundo. Depois cuspo na graça. Vou embora, junto com os pingos de água correndo pelas ruas. Não deixo rastro, ando no silêncio e na rapidez das horas, juntando traços de gente que eu nem sei quem é. Junto traços de gente, depois me junto. Dentro de uma sexta-feira, um frio, uma canção. O coração desapontado.

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