sábado, 30 de julho de 2011

Declaração

Você não sabe se eu posso sorrir nesta solidão maluca. Puxar do infinito o avesso do caos que me pulsa. Você não sabe como é andar no mundo sozinho e ocultar o medo na confiança. A seda fina resurge nos meus olhos como um menino com os lábios brancos, olhos abertos demais, quando não é de costume.
Você não sabe se eu posso sorrir nesta solidão maluca. E buscar entre as nuvens as respostas que sei. E tentar escondê-las dentro de um abismo escuro, cheio de sons estranhos. Os meus sons e gritos e trevas. As únicas premências que sei.
Você não sabe o que é ter as roupas mais densas, a sensação de que o lado de fora me olha sem comentar. Ou comenta demais as coisas de menos. Ter a espessura do mar em suas mãos e um rosto perdido em algum retrato nostálgico.
Você não sabe o que é ser, quando o ser comprime o teu corpo num espelho envenenado que golpeia em sua face a loucura do mundo. Que não se sabe sê-lo.

Dedicado. Anônimo.

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