sexta-feira, 22 de julho de 2011

A Entrega

Como se não houvesse nenhum outro mundo, ela ainda hesitou o rosto barbado do rapaz, zombou de seus olhos e supos ir embora. E ele, como a um herói, lapidou-a a face e o ódio. Era medo, mas o ódio criou-se justamente por não conseguir dissolvê-lo. O medo. E ele, como a um herói, trouxe ao corpo o corpo dela e dilatou-a as retinas, volvendo a calma, a ânsia, o ar que pulsava o rosto vermelho. Quente. Agarrando-lhe o rosto forte, dispos nos lábios da moça todo o despejo de um beijo taciturno, empurrando todas as horas amarelas que entornavam aqueles corações.
Bendito o ar noturno que vos cerca, pois é da noite as ilusões, os amantes e as canções mais inacabadas. Veste a sombra e molda vossos corpos com o poder da astuta presença de ambos. No mesmo sonho.

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