sábado, 10 de setembro de 2011

Não vai tão longe. Fica, Infante.

A cada dia me despeço de ti como me despeço das brandas ondas, que pairam na beira da praia, molhando os pés de um modo inevitavelmente delicado. E nesse trajeto preciso que deságua vez aqui, vez ali, tu vais, sem se desprender dos meus dedos, laços, sorrisos e corpo. E imóvel nós vamos, ficamos. Eu fico, tu vais, ou tu ficas e eu vou. E o mundo caprichoso por demais, impõe e calibra (graças a Deus) teus olhos nos meus, e é assim mesmo que vamos em meio à perdição de nos ser.
A cada dia me despeço de ti, pequeno e imóvel ser, que chora sob as pequenas coisas. E sorrir ao desabrochar da flor no meio da madrugada. Eu fico, somente para te ver ressurgir em meio à alvorada, logrando no âmbito azul das horas. E o teu nome fica, dentro do meu mais ameno hoje.  E nesse trajeto preciso que deságua vez aqui, vez ali, tu vais, sem se desprender dos meus dedos, laços, sorrisos e corpo. E imóvel nós vamos, ficamos. Eu fico, tu vais, ou tu ficas e eu vou. Meu presente move-se à vida remota, e move com tremenda textura colorida meu ser póstumo.
 
- Que hei de ser sem ti, bela criança? À noite o trajeto move as estrelas sem pena, e aniquila os sonhos dos astros. Fica mais um pouco, e toca no meu peito como outrora.

Quem sabe inacabado.

Dedico à Marcela Rayane.

2 comentários:

  1. Magnífica poesia! Tens uma grande maestria em harmonizar as palavras, parabéns. Continue neste caminho, pois sei que ainda ficarei numa fila para pegar o autografo da grande escritora que será vocÊ!!!

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  2. Marcela! Que é isso. Rsrsrs! Sei que em tuas veias escondes a poesia que nos aviva e nos transborda. Teus versos e textos são inevitavelmente adoráveis. Muito obrigada pelo comentário. Um abração poético.

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