domingo, 1 de abril de 2012

- É que eu tenho andado áspera, rude como as pedras que se soltam e rolam  caminhos abaixo. Nem mesmo Luiza tem me compreendido, temos nos revirado como duas amigas que se odeiam na presença. Já senti vontade de puxá-la o cabelo pelo simples fato de me contrariar. Esta minha indagação sobre correr demais, ou estancar de vez no mundo tem consumido o folêgo, e me lembrado que nós somos destruidores de dádivas. Sim, custa-me dizer com muita infelicidade que isto soa sim como verdade absoluta. E quem sou eu para admirar esta ação, senão um ser a abominar tal proeza. Sim, eu tenho andado rígida, como a última pedra do pico elevado dos deuses. Já os toquei, e como quem pretensão tem, não me devoto dela. Apenas os ecos de vozes abstraí, logo depois um maremoto de sonhos desmoronaram flancos abaixo, a dissolver o corpo e findar os olhos. É, experiência voraz. Mas eles ainda sorriem, não como um deboche, mas pela insensatez rude com que nos eleva, humanos.
Fiquei, esperniei, assim como uma criança que sente ir embora seu sonho de chocolate. Rasguei minhas roupas e me deitei como um louco a almejar o asbtrato universo do Olimpo. Que vergonha escalar os montes e rogar com fé, mas escorregar num feixe mórbido de luz, que nem se quer conhece o véu que o sepulcra. Um véu a cobri-lo de sonhos, que foi arrancado. No chão do vago lugar onde os deuses haviam pisado, lapidei meu último choro humano, e me foi determinado dormir pelo resto dos séculos amarelos.

Um comentário:

  1. uau Carol, que lindo. Triste, mas lindo! Essas palavras poderiam sair da minha boca agora mesmo...

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