sábado, 12 de maio de 2012

Lígia


Lígia, 
teus sonhos exatos nos olhos serenos,
de tão fino espasmo se faz tão terreno.
Escuro como a nau do amante que se vai,
mas um campo aguço às dádivas divinas.
Teu riso frouxo à fé que te desencandeia,
nos lábios fervendo parecem vívidos de seda.
Os pés soltos de Lígia, como flores que tocam os cabelos,
por dentro do tempo se encaminham.


Quando olha, Lígia inflama as pálpebras
e sempre deixa cair sistemáticos pêndulos.
Soltam-se e firmes fluem pelos ares
em contágios inevitavelmente amenos.


Lígia, 
quem te ver passar não sabe que da força que tens,
jaz um alimento íntimo,
uma canção dessas, cuja a simetria enaltece 
a leveza da pele que palpita.

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